O que é "AMOR"? O que é "AMAR"?

Posted: 29.1.10 | Postado por Luiz Afonso | Marcadores:
Como a vida não é feita apenas de cerveja - antes fosse - segue abaixo uma reflexão interresante e que é sempre posta em mesa de bar. Serve para todos.
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É muito comum depararmos-no com pessoas dizendo estar amando em seu relacionamento.
Mas o que leva esses indivíduos achar que há “AMOR” em sua relação, por mais nutrida de afetos e prazeres que esteja esta interação ‘monogâmica’?

O “AMOR” seria um palavrório, uma mera expressão que usamos para designar um determinado estado momentâneo do espírito, ou estaríamos mesmo lidando com uma limerância (Estado cognitivo e emocional involuntário, no qual uma pessoa sente um intenso desejo romântico pela outra) saciada pela convivência e/ou afinidades encontrada em outrem?
Em meio a tantas turbulências em nosso corriqueiro dia-a-dia, no que diz respeito a trabalho, problemas financeiros dentre outras mazelas que nos assolam, causadas pelo sistema em que vivemos, temos pouquíssimo tempo para pensarmos nessas questões.

Por outro lado, somos seres ‘carenciados’, e entre nossas carências temos desejos internos, desejos concupiscentes, temos a necessidade de nos apegar a alguém, de dialogar, desabafar nossos medos, nossas tristezas, temos carência de um carinho suave. Um simples afago e uma simplória massagem cheia de ternura já nos dariam uma boa noite de sono.

É no levante de acontecimentos caudalosos, cheios de necessidades afetuosas que ao encontrarmos alguém que supra nossas carências acabamos estacionando no “colo” desse nosso “salvador”. Ao ser saciada nossas vontades por este, ficamos anestesiados, atônitos, pelo simples ou talvez suntuoso fato de estarmos bem espiritualmente, já que estamos “Amando” e/ou sendo “Amado”. E começamos a enclavinhar nosso mundo no dessa pessoa. Esta que apareceu repentinamente quando mais precisávamos e que, por outro lado, também tem suas necessidades sentimentais. É nesse emaranhado de sentimentos e carências que começam as cobranças, a sensação de posse que taxamos de “ciúme”. Começa então uma história, um romance, algo que não se sabe onde vai parar nem como vai parar, se é que vai. Começa ai uma batalha de afetos e divergências, o medo de perder essa tão bem feitoria que apareceu no momento certo em nossa vida, começa a nos causar angustia ao imaginarmos que podemos perdê-la para outrem ou para nós mesmos. Estamos tão anestesiados pelo “AMOR” desta pessoa, que não vemos mais nada a nossa frente. E sem saber acabamos caindo na armadilha do egocentrismo. O nosso “eu” acaba por falar mais alto, a sensação de bem estar própria fala mais alto e não queremos saber se esta pessoa ainda esta bem estando conosco, só queremos saber de saciar a nós mesmos. Isso é “AMOR”?, Isso é “AMAR”?


Particularmente, não acredito que estejamos prontos pra amar, porém, estamos sempre prontos para se perder no amor de outrem. Amar é bem mais que um simples ato libidinoso, é bem mais que um saciar de carências desprovidas de afeto. Amar é um estado de consonância de espírito onde há um respeito mútuo entre os parceiros. É ensinar o melhor trajeto da enveredarmos pela vida sem força o mesmo a enveredar. Deixar que este escolha por si só o caminho que queira seguir. É saber que nascemos livres e devemos respeitar essa liberdade do outro, sem cobranças, sem desdenhar o espaço de nosso companheiro. Amar é sentir-se feliz pela felicidade do nosso companheiro, mesmo que não estejamos sendo privilegiados naquele momento com ela. É almejar um próspero amanha, mesmo que este não o chegue. Amar é ouvir a dois a sinfonia de liberdade que a vida emana todos os dias. É solar no corpo expressões musicais em forma de amores sentimentais sem causar danos morais. Amar é viver e deixar viver.

“Amar não é um olhar para o outro, mas ambos na mesma direção.” (Antoine de Saint-Exupèry)

8 comentários:

  1. Priscila Lira disse...
  2. Meu caro amigo Luiz Afonso, se Schopenhauer tivesse a oportunidade de ler o seu texto, lhe diria o seguinte: o amor é uma ilusão. Quando amamos uma pessoa, o nosso real interesse é puramente instintivo e não sentimental. O que nos atrai na pessoa "amada" são as qualidades que o corpo apresenta. E não se trata aqui de uma qualidade estética, mas sim, das qualidades necessárias para a procriação. Tudo isso em prol do desenvolvimento da espécie. O filósofo concluiria a sua teoria do amor nos dizendo, taxativamente, que o amor é uma ilusão causada pelo Gênio da espécie. E que esta ilusão é necessária para a procriação.
    Bom, eu, Lira, penso que o amor é "puraMENTE" egoísta. É um movimento dialético sentimental. Agora, se nós formos capazes de "viver e deixar viver" o outro no relacionamento, mesmo que isso seja aquela faca no nosso pobre peito isso não se chamaria amor. Seria a mais bela representação da nobreza de alma.
    Sejamos nobres de alma!

  3. Amanda disse...
  4. Este comentário foi removido pelo autor.
  5. Amanda disse...
  6. Eu acredito que o ato de amar e sua definição são extremamente complexos e relativos de pessoa para pessoa. Não há um jeito correto de amar, simplesmente ama-se, também não há testes que possam identificar quem de fato ama ou não alguém, quem no entanto acredita nessas coisas, para mim é visto como engênuo e tolo. Quem por sua vez acredita na existência de algo divino, além universo, corpo, alma, ou seja, um alguém que por exemplo acredite que haja um Deus, esse por sua vez, já acredita que também haja o amor.Pois há no entanto, quem não acredite nesse estado "sublime", ou seja como nossa cara amiga Priscila nos revelou como sendo um ato de êxtase e desconhecido que é o que eu particularmanete acredito que seja de fato.
    Por fim meu caro Afonso, amar não se trata de estar pronto ou não, é muito superior a isso e completamente tangivel a qualquer um de nós enquanto ser humanos, desde que nos despunhamos e acreditemos. Por tal, não julgarei tua maneira de amar, ou de ser amado porque o amor dentre tudo aquilo que já conhecemos, muitas vezes sentimos, ou ouvimos falar...enfim, para mim já me basta que ele(o amor)exista e que tenhamos sorte em encontrá-lo, seja sentindo-o(recebendo ou dando) mas que para isso tenhamos em mente que é sempre algo dentro de nós mesmos, por isso é exigido certa sensibilidade para que cada um olhe para dentro de si mesmo e ame primeiro a si próprio para então amar e ser amado.

  7. Reinato B ! disse...
  8. Texto fantástico. Adoro esse texto, ele traduz muita coisa. E complemento dizendo que o "AMOR" está longe das impurezas e imperfeições desse mundo - não falo só do amor carnal. Portanto, não interessa nenhum pensamento ou ideia formada perante o "AMOR", ele é único e intrínseco. Só quem sente pode criá-lo. E dos que nunca o sentiu, sinto pena. Lamento. O amor é lindo, e, talvez ainda não atingido na sua plenitude por mim, no entanto já é lindo.
    Ou será que sou um dos últimos românticos?
    Abraços

  9. Luiz Afonso disse...
  10. "...quem no entanto acredita nessas coisas, para mim é visto como engênuo e tolo..."

    "...o amor dentre tudo aquilo que já conhecemos, muitas vezes sentimos, ou ouvimos falar...enfim, para mim já me basta que ele(o amor)exista..."

    Por Amandinha.

    ???????????????????????????????????????????????????????????????????

  11. Day Fontenele disse...
  12. Homens falando de amor e mulheres de razão!
    Adorei o texto e comentários.
    O amor citado pelo Afonso me levou ao conceito de generosidade, de viver em sintonia, de saber amar alguém. Mas o "saber amar alguém" é completamente invisível aos olhos de quem ama. E quando não, talvez nem seja amor, seja jogo. Porque o amor não delimita regras, ninguém perde e ninguém ganha; ambos se entregam. Apesar disso, acredito também que existam amores e amores. Só você sabe o que sente por alguém e pra que saber se é amor? Basta sentir. Basta estar perto. Acredito ainda que essa eterna busca de saber se realmente é amor, acaba o destruindo.
    (Eu penso que já consigo enxergar o amor sem óculos escuros.)

    =)

  13. Amanda disse...
  14. Ah, afonso afonso...já era esperado a tua má compreensão a respeito do que eu disse, uma vez que o que nossa querida amiga Priscila comentou também foi mal interpretado por você. Bom, então me paga aquela cerveja que tornamos a discutir esse assunto tão imensoooooo e tão simples de novo e de novo e quantas vezes você quiser, tá bom assim?
    Afinal de contas..eu os amo!!!! o qto? como? qdo? vamos tomar umas que talvez voces vejam a minha maneira d amar!Existem coisas que só são compreendidas se sentidas!

  15. Luiz Afonso disse...
  16. Opa, agora sim.... Estamos falando a mesma lingua.... CERVEJA!!
    Mas infelizmente parei de bebe-la......... Virei lavrador....... Só na cana agora...... Rssss....

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