Viva a Neosaldina!

Posted: 25.2.10 | Postado por Reinato B ! | Marcadores:
Tá bom de sentimentalismo por aqui. Quando abri o blog hoje, o vi com uma cara desgostosa, cara de quem tá de mal com o amor, então vamos falar de um dos principais motivos que deixa esse blog sobreviver àquelas ressacas. Fiz uma coletânea na net de alguns depoimentos sobre a tal famigerada e única dor de cabeça, moleza e outros vários que a ressaca causa. Segue abaixo:


Luis Fernando Veríssimo:




“Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem. As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.



Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente”.



Fernando Puga:



“Poucas coisas caem tão bem quanto uma boa bebidinha de vez em quando, para relaxar e se soltar. Mas, como é de conhecimento geral, o álcool em excesso não faz lá muito bem. E não só durante o porre, quando uma espécie de retardamento geral baixa em todo o organismo, mas também no doloroso – em todos os aspectos – dia seguinte. É aquele tenebroso amanhecer com sabor de arrependimento e cabo de guarda chuva que faz muita gente jurar nunca mais encostar em nada que leve álcool na composição, inclusive combustíveis e produtos de limpeza. No entanto, não é preciso radicalismo: da mesma forma que é possível beber sem acabar a noite pelada no telhado, a ressaca também pode ser evitada”.



The New York Times:



“Enquanto sobram trabalhos científicos estudando a intoxicação por álcool, parece que poucos pesquisadores até hoje resolveram se devotar ao próximo passo lógico: o estudo da ressaca. Mas parece que isso está mudando.



Para entender o porquê, é só seguir o dinheiro. O uso abusivo de álcool custa, só nos EUA, US$ 148 bilhões por ano, em razão de trabalhos perdidos e de baixo rendimento profissional -principalmente por culpa de ressacas, segundo um dos estudos citados na revisão escrita pela equipe de Jeffrey Wiese, da Universidade da Califórnia em San Francisco.



O grupo, composto por Wiese e outros dois médicos, fez uma extensa análise da literatura médica e encontrou cerca de 4.700 estudos sobre intoxicação por álcool, mas apenas 108 sobre a ressaca, que, segundo eles, custa em média US$ 2.000 por ano a cada trabalhador norte-americano”.



www.ogirassol.com.br/geral7.htm:



“A ressaca não discrimina ninguém. O poeta Vinícius de Moraes, o escritor norte-americano Ernest Hemingway e o ex-presidente russo Boris Yeltsin que o digam! Apesar de intelectuais e famosos, o que para muitos representa o distanciamento de certos vícios, esses foram alguns dos figurões que entornavam a garrafa e sabiam muito bem o que era acordar mal no dia seguinte, fazendo cair por terra o estigma de que bebedeira é coisa de gente das classes subalternas.



Em outros países, a ressaca também traz seus sintomas. Na Itália, por exemplo, a expressão utilizada para se referir a esta conseqüência é dopo sbornia, que quer dizer depois da farra. Na Inglaterra, se fala hang over (pronuncia rangouvâr), que significa pendurar o dia (dia perdido). O francês diz gueule de bois, expressão que quer dizer, literalmente, garganta de madeira. Em espanhol, assim como em português, ressaca é igual ao refluxo das ondas, mas também a inconstância e a volubilidade”.



Istoé:



“Qual o melhor remédio para curar ressaca? Por enquanto nenhum. Foi essa a conclusão a que chegaram pesquisadores ingleses que buscavam tratamentos eficazes contra o mal-estar causado pelas bebidas alcoólicas. O estudo, publicado na última edição da revista British Medical Journal, revela que as alterações do metabolismo são tantas (desde dores de cabeça até desidratação e desequilíbrios hormonais) que não existe ainda uma droga que possa corrigir todas elas ao mesmo tempo. Ainda, segundo a pesquisa, o etanol (álcool) pode não ser o responsável direto pela ressaca, mas sim um elemento desencadeante dos distúrbios que poderiam ser agravados por componentes químicos secundários nas bebidas. Os voluntários da pesquisa ingeriram 20 bebidas diferentes. A conclusão: em ordem decrescente, causam mais ressaca o vinho tinto, o rum, o uísque, o vinho branco”.



Juliana Romão:



“Quem conhece a prazerosa boemia entende da apavorante palavra "Ressaca". Quem conhece a prazerosa boemia entende de dor de cabeça. Quem conhece a prazerosa boemia agradece a existência da incrível Neosaldina. Mas quando nem essa cápsula marrom nem a farsa do sal de frutas resolvem, a solução é aceitar a morte momentânea.



O dia de ressaca é surreal. Quem afirma jamais ter recitado a frase "nunca mais vou beber", devia ter vergonha de mentir descadaramente. O acordar começa completamente seco. A primeira imagem que vem à mente é um garrafão de água gelada. A segunda, é a distância da nossa cama até ele. O organismo parece querer sair de nós e encontrar um dono mais comedido.



Alguns se revoltam mesmo e "saem", liqüidamente. Nada mais terrível. E o dia vai se passando lentamente, reforçando a ausência de coragem. Tem gente que não consegue nem falar, que dirá, agir. A cabeça é um vulcão em erupção que jorra lavas por todo o corpo”.



Viu?, a coisa é geral. Amanhã vai ser outro dia. Você vai estar bem. Normal. Foi carnaval e a gente merece.

2 comentários:

  1. Anônimo disse...
  2. Pode crer, muito louco!

    "E o dia vai se passando lentamente, reforçando a ausência de coragem. Tem gente que não consegue nem falar, que dirá, agir."
    Nossa, tava imprestável na quarta de cinzas! :P

    Gostei, gostei do post...

    =)

  3. Brunor da Silva disse...
  4. Rapá já tive muito "dopo sbornia" e gosto sempre de ter. Mas prefiro contrarias o nosso F. Veríssimo e aceitar a neosaldina por que ressaca é muito palha. O bom é beber, mas ressaca...é muito escrota!
    abraços.

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