Querubim

Posted: 28.4.10 | Postado por Luiz Afonso | Marcadores:
Em meio a tantas Danças
encontrei um estranho Querubim.
Exausto de suas longas andanças
decidiu descansar, em fim.
Era distinto, estranho, orgulhoso...
mas nada farsante.
Um pouco depressivo e misterioso,
porém muito apaixonante.
Contou-me de suas jornadas
e o quão foram proveitosas.
Acontecimentos benéficos e maléficos,
todos em forma de aprendizagens gostosas.
Me ensinou, sem muito intuito,
uma belíssima forma de se viver:



"- Não tenha medo de apostar alto,
só o medo pode perder!
Arranque sempre um sorriso
e o faça sempre proceder...
Saiba aceitar as dores...
Entenda, sempre, o sofrer.
Ame, se apaixone,
mas com cautela...
Para não se arrepender."



Seu semblante... Suave
como a Aura do amanhecer.
Seu sorriso... Uma enclave...
Até hoje tento entender.
Seu busto, sim, seu busto...
Um mar de Lágrimas
que me fazia enlouquecer.
Um belo convite para adentrar
em seu mundo, e se perder.
Comecei a me envolver interessado,
mas já era tarde da noite.
Quem sabe um beijo roubado!?
Não, seria desafiar a Corte!

Por um momento criei coragem...
E "um beijo" eu lhe pedi.
Pr'a cima de mim ele partiu
e com medo fiquei...
Do que haveria por vir.
Foi quando um sorriso em seu rosto,
inefavelmente, apareceu...
E com carinho me indagou:



"- Por que queres "um beijo" meu,
se o mundo eu posso lhe dar,
e nele viver ao lado seu?
No entanto, uma outra lhe faço:

Como pretendes me amar?
Pois, de dois Nós se faz um Laço,
o problema é ele Destrinchar."



Respondi com muita pressa,
com medo de ideia ele mudar.



"- Não se preocupe meu caro Anjo,
farei o possível para não lhe decepcionar.
Mas deixe, primeiro, eu assumir o cargo
para depois poder medidas tomar.
Ao lado de você, meu grande amor,
iremos pelo mundo flutuar."

E assim, nos entrelaçamos,
até o mais anoitecer.
Utopias almejamos,
banho no mar tomamos
e para casa junto voltamos,
pernando, sem perceber...
Que acabara de iniciar uma Fábula
que daria muito o que dizer.




"Um Querubim Peralta...
Que apareceu em minha vida.
Deixou-me Governar em Alta,
mas acabou me deixando sem saída.

Um Querubim Sapeca...
Sapecou meu coração.
Biografou em poucas décadas
O ar que respirarei
[pelo resto de minha peregrinação."



E nas entre-linhas dessa história,
fico tentando compreender:

Por que fostes embora?
Por que é tão grande o meu sofrer?
Esta certo, eu Pequei!
Mas e quanto a vós micê?

Aprecio o que me destes,
traguei junto com você
o ar de hostilidade
que a vida moldou para vós viver.
Em troca...?
Em troca...?
Não há troco!
Foi separação de bens.
Ficastes com um pouco meu
Fiquei sem nenhum vintém.

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